sábado, 31 de agosto de 2013

O USO DA CRASE

CRASE

Há, à ou a? As palavras existem e estão corretas.

 é a forma conjugada do verbo haver na 3ª pessoa do singular do presente do indicativo. À é a contração da preposição a com o artigo definido feminino a (a + a = à).

- Usa-se :

- Quando o verbo haver se apresenta como verbo impessoal, sem sujeito, com significado de existir, devendo ser conjugado apenas na 3ª pessoa do singular.

Exemplos: 
 uma criança correndo no parque.
 pastéis de carne e de queijo.

- Quando usamos expressões que se referem ao tempo passado, com sentido de tem ou faz.

Exemplos:
Eu já sou mãe há 15 anos.
Há três minutos você ainda não tinha chegado.

- Verbo haver - Presente do indicativo (Conjugação):
(Eu) hei
(Tu) hás
(Ele) há
(Nós) havemos
(Vós) haveis
(Eles) hão

Usa-se à:

- Quando usamos expressões que se referem ao lugar.

Exemplos: 
Vou à padaria e volto já. 
Todos os alunos foram à praia depois das aulas. 

- Quando se refere ao objeto indireto ou a um complemento nominal.

Exemplos:
Eu disse à professora que não sabia a matéria.
Eu chegarei à sua casa na hora marcada.

- A contração à antecede sempre uma palavra feminina.

Na língua portuguesa, a crase é a contração de duas vogais iguais, sendo representada com acento grave. A contração mais comum é a da preposição a com o artigo definido feminino a: a + a = à. Existem outras contrações muito utilizadas, como as contrações da preposição a com os pronomes demonstrativos a, aquele, aquela, aquilo: a + aquela = àquela.

Importante - "a" sem crase:
Para indicar tempo futuro, usamos a preposição a, sem contração com o artigo definido feminino a, não havendo crase.

Exemplos:
Daqui a cinco minutos sairei de casa.
Vou ao supermercado daqui a pouco.




domingo, 25 de agosto de 2013

Atividades sobre o Parnasianismo - Currículo Mínimo 3º Bim 2º ano

 Atividades sobre o Parnasianismo   - 2º ano EM
QUESTÃO 1
Leia,
As pombas
Vai-se a primeira pomba despertada...
Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas
De pombas vão-se dos pombais, apenas
Raia sanguínea e fresca a madrugada...
E à tarde, quando a rígida nortada
Sopra, aos pombais de novo elas, serenas,
Ruflando as asas, sacudindo as penas,
Voltam todas em bando e em revoada...
Também dos corações onde abotoam,
Os sonhos, um por um, céleres voam,
Como voam as pombas dos pombais;
No azul da adolescência as asas soltam,
Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam,
E eles aos corações não voltam mais...
(Raimundo Correia)
Os poetas parnasianos tinham como um de seus preceitos básicos o culto da forma. Por essa razão, cultivavam o soneto: composição poética de 14 versos distribuídos em dois quartetos e dois tercetos, apresentando métrica regular – normalmente versos alexandrinos (12 sílabas poéticas) e decassílabos (10 sílabas poéticas) – e rima.

A) Sobre o poema “As pombas”, assinale a alternativa correta:

 a. ( ) É um soneto de versos alexandrinos, com as rimas ABBA (nos quartetos) e  CCD/EED (nos                        tercetos).
b. ( ) É um soneto de versos decassílabos, com as rimas ABBA (nos quartetos) e  CCD/EED (nos                        tercetos).
c. ( ) É um soneto de versos alexandrinos, com as rimas ABBA (nos quartetos) e CCD (nos tercetos).

d. ( ) É um soneto de versos decassílabos, com as rimas ABBA (nos quartetos) e CCD (nos tercetos).

B) Muitos sonetos parnasianos cultivaram a rima rica, ou seja, rimas entre palavras de clas­ses gramaticais          diferentes. No poema “As pombas”, temos um exemplo de rima rica na se­guinte alternativa:

 a. ( ) soltam/voltam
               b. ( ) abotoam/voam
               c. ( ) pombais/mais
 d. ( ) nortada/revoada

Questão 2

“As pombas” é um soneto terminado com “chave de ouro”, isto é, um verso final bem escrito, que procura condensar uma ideia e arrematar o poema com um belo efeito. A figura de linguagem que contribuiu para a construção do efeito “chave de ouro” no referido poema foi:

               a. ( ) antítese
               b. ( ) elipse
               c. ( ) anáfora
               d. ( ) hipérbato

A ANTÍTESE consiste na aproximação de palavras e ideias antônimas (opostas).
A ANÁFORA consiste na repetição de uma ou mais palavras no princípio dos versos ou no início de cada                           um dos segmentos da frase.
A  ELIPSE  apresenta ocorrência no poema “As pombas”, dizemos que consiste na omissão de                                       termos facilmente subentendidos por meio do contexto
O HIPÉRBATO consis­te na apresentação indireta dos elementos composicionais da frase (sujeito, verbo, complementos).
Leia para responder as seguintes questões:
           A um poeta
Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino, escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
          Trabalha e teima, e lima, e sofre, e sua!

         Mas que na forma se disfarce o emprego
         Do esforço; e trama viva se construa
         De tal modo, que a imagem fique nua,
         Rica mas sóbria, como um templo grego.
         
         Não se mostre na fábrica o suplicio
         Do mestre. E, natural, o efeito agrade,
         Sem lembrar os andaimes do edifício:
         
          Porque a Beleza, gêmea da Verdade,
         Arte pura, inimiga do artifício,
         É a força e a graça na simplicidade.

(Vocabulário)

Artifício – Recurso engenhoso.
Beneditino – Aquele que segue as regras de São Bento, fundador do sistema monástico cristão. Monge da Ordem de São Bento.
Claustro – Ambiente de isolamento.
Estéril – Improdutivo.
Suplício – Aflição.
Turbilhão – Movimento.

QUESTÃO 3
Leia o fragmento a seguir:
“A busca da objetividade temática e o culto da forma são as mais importantes características do Parnasianismo. Os poetas parnasianos opunham-se ao individualismo, ao sentimentalismo e ao subjetivismo românticos, e procuraram voltar sua poesia para temas que consideravam mais univer­sais, como a natureza, a história, o amor, os objetos inanimados, além da própria poesia. Essa poética da impessoalidade era reforçada pelo gosto da descrição e do rigor formal. O ideal da “arte pela arte” resultou em acentuada preocupação com a versificação e a metrificação, pois se acreditava que a Beleza residia também na forma.” (Disponível em: http://www.itaucultural.org.br)
Em “A um poeta”, Olavo Bilac aproxima o ofício de ser poeta ao ofício de um escultor: ambos buscam moldar, perfeitamente, a forma de seus objetos estéticos. Tendo por base a leitura do poema de Olavo Bilac e do fragmento acima,
A) Explique por que o último verso da 1ª estrofe é representativo do ideal da “arte pela arte”.
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B) Destaque um verso no qual o eu-lírico exteriorize a ideia de que o esforço empreendido na busca pela forma perfeita não pode transparecer no resultado final da poesia.
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QUESTÃO 4
Termos acessórios da oração são aqueles que, embora não integrem necessariamente a es­trutura básica da oração, contribuem por informarem características ou circunstâncias relativas a um substantivo, pronome ou verbo. O aposto é um dos termos acessórios da oração, que tem por função explicar, esclarecer, resumir ou comentar algo sobre um termo de natureza nominal. Em “A um poeta”, destaque um aposto e diga o nome ao qual ele está relacionado. ________________________________________________________________________________
O Ídolo
Sobre um trono de mármore sombrio,
Em templo escuro, há muito abandonado,
Em seu grande silêncio, austero e frio
Um ídolo de gesso está sentado.
E como à estranha mão, a paz silente
Quebrando em torno às funerárias urnas,
Ressoa um órgão compassadamente
Pelas amplas abóbadas soturnas.
Cai fora a noite - mar que se retrata
Em outro mar - dois pélagos azuis;
Num as ondas - alcíones de prata,
No outro os astros - alcíones de luz.
E de seu negro mármore no trono
O ídolo de gesso está sentado.
Assim um coração repousa em sono...
Assim meu coração vive fechado.
(Alberto de Oliveira)                                                                                   (Vocabulário)
Alcíones – Estrela de terceira grandeza, a mais brilhante das Plêiades.
Austero – Severo.
Pélago(s) – Abismo marítimo; pego. 2. mar alto.
Silente – Silencioso, calado, que não faz barulho.
Soturno – Assustador; amedrontador; apavorante; terrível.

Sobre a poesia criada na Belle Époque brasileira, pesa a acusação de “afetação pelo preciosismo da linguagem e da forma, buriladas como preciosa ourivesaria e superficialidade pela recusa das questões político-sociais de seu tempo” (BARROS, Fernando Monteiro de. Parnasianismo brasileiro: Conserva­dor e transgressor. Fólio – Revista de Letras. Vitória da Conquista. v.3, n. 1. Jan/ Jun. 2011. p. 22).

Questão 5    

Retire da 1ª estrofe do poema de Alberto de Oliveira um verso que comprove a afirmação e explique por quê.
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Questão 6
Segundo Rocha Lima, figuras de linguagem são formas de expressar o pensamento ou o sen­timento “com energia e colorido, a serviço das intenções estéticas de quem as usa”. Representam, portanto, recursos linguísticos explorados principalmente pelos escritores, que buscam se comunicar com vivacidade e beleza.
A) Percebemos, na estrofe a seguir, a presença da figura de linguagem comparação. Com­paração ou símile é        uma correlação de ideias em que se utilizam elementos comparativos (como, conforme, tal como etc). 

Releia a estrofe destacada abaixo e assinale a opção em que se identifica o emprego dessa figura:
“E como à estranha mão, a paz silente
Quebrando em torno às funerárias urnas,
Ressoa um órgão compassadamente
Pelas amplas abóbadas soturnas”.                
 (a ) “Jorra do teu olhar um rio luminoso”. (Olavo Bilac)
 ( b)“ “Enquanto mandas as ninfas amorosas grinaldas nas cabeças pôr de rosas.” (Camões)
 (c )“Qual um filósofo, o poeta vive a procurar o mistério oculto das cousas.”
 (d )“ Vi claramente visto o lume vivo.” (Camões)
          (e ) “Astros, noites tempestades,
                Rolai das imensidades!” (Castro Alves)

B) A poesia parnasiana sustenta-se enquanto forma bem lapidada, cuja matéria-prima é um vocabulário raro, numa sintaxe elaborada. Em busca do rebuscamento, os poetas lan­çam mão de inúmeros recursos estilísticos, dentre os quais as figuras de linguagem. Identi­fique a figura de linguagem presente neste verso do poema “O ídolo”:
“Assim um coração repousa em sono...”

(a) hipérbole, porque há um exagero de expressão.
(b) eufemismo, porque há uma suavização de ideia.
(c) metonímia, porque se substitui uma parte pelo todo.
(d) anáfora, porque há uma repetição de palavras.
(e) antítese, porque há palavras opostas justapostas.

C) Na busca da perfeição formal, o poeta parnasiano usa o ritmo, a métrica, a versificação. Para criar imagens sugestivas, ele lança mão de figuras de linguagem. Com bastante descri­tivismo, Alberto de Oliveira nos remete a uma imagem, nesta estrofe abaixo, criada a partir de uma sequência de:

“Cai fora a noite - mar que se retrata
Em outro mar - dois pélagos azuis;
Num as ondas - alcíones de prata,
No outro os astros - alcíones de luz.”

 (a) metonímias, porque se substitui parte de uma idéia pelo todo, pelo conjunto.
 (b) metáforas, porque há comparações feitas de forma indireta.
 (c) antíteses, porque há ideias opostas.
 (d) sinestesias, porque há misturas de sensações.
 (e) catacreses, porque há esvaziamento do sentido de uma palavra em detrimento a outra.